Não faz sentido viver se não puder causar um grande barulho, um ESTRONDOSO e irreprimível barulho, que sai de dentro da alma; das ruas, e vai pra dentro das casas e das lojas, mas acima de tudo na alma dos presentes; um barulho que está só de passagem, descomprometido, ao mesmo tempo que sério e engajado, não termina em si mesmo, mas está assim... De passagem.
Um puta dum baque! Ninguém tinha percebido até o momento, só em fugidias reflexões cotidianas, talvez...
Sentimentos reprimidos se misturam com pensamentos impronunciáveis – matéria-prima dos sonhos, guardados à vista mesmo a quem pertencem - implodem caoticamente às vezes em poesia, ás vezes em sua forma bruta (material emocional, intocável, mas muito sólido, não há troca a ser feita, simplesmente se deixa levar, sua reação natural...)
Inconseqüente.
(In)coerente.
Como sonhei com o dia em que poderia dizer tudo o que queria dizer; as palavras, mortas como são, não podem sair da forma mental para a física e sapatear na frente dos rostos impassivos ou inquietos que aguardam alguma resposta... Ou não, nunca sei. Queria saber, mas não sei, ou sei e ainda ignoro.
A estática, o tédio... Parecem paralisar mesmo na menor intensidade.
A expressão artificial sem vigor, e fragmentos de personalidade construídos virtualmente.
Estranhamento.
Não foi por acaso, é a chamada “comunicação moderna”.
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