quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um pensamento a respeito de apatia (e um ligeiro enjôo)


Não faz sentido viver se não puder causar um grande barulho, um ESTRONDOSO e irreprimível barulho, que sai de dentro da alma; das ruas, e vai pra dentro das casas e das lojas, mas acima de tudo na alma dos presentes; um barulho que está só de passagem, descomprometido, ao mesmo tempo que sério e engajado, não termina em si mesmo, mas está assim... De passagem.

Um puta dum baque! Ninguém tinha percebido até o momento, só em fugidias reflexões cotidianas, talvez...

Sentimentos reprimidos se misturam com pensamentos impronunciáveis – matéria-prima dos sonhos, guardados à vista mesmo a quem pertencem - implodem caoticamente às vezes em poesia, ás vezes em sua forma bruta (material emocional, intocável, mas muito sólido, não há troca a ser feita, simplesmente se deixa levar, sua reação natural...)

Inconseqüente.

(In)coerente.

Como sonhei com o dia em que poderia dizer tudo o que queria dizer; as palavras, mortas como são, não podem sair da forma mental para a física e sapatear na frente dos rostos impassivos ou inquietos que aguardam alguma resposta... Ou não, nunca sei. Queria saber, mas não sei, ou sei e ainda ignoro.

A estática, o tédio... Parecem paralisar mesmo na menor intensidade.

A expressão artificial sem vigor, e fragmentos de personalidade construídos virtualmente.

Estranhamento.

Não foi por acaso, é a chamada “comunicação moderna”.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Batismo da Merda

Discorrer ao livre acaso do pensamento; o ciúme sem objeto, os desfiles de vitalidade das coisas efêmeras… e sem nenhum valor; o porco fardado do cérebro, da mentalidade, grades por todos os lados, não há abrigo para as divagações atômicas, da constante paranóia social…

O placebo, a ritalina, a ditadura do bem-acomodado – pinturas anti-depressivas na caverna uterina da mente.

Venda de imagem, dissociação de si, a síntese da decadência humana; é o medo da vida e os sonhos de juventude feitos em pedaços pela maquinaria, parafernália inútil, câncer social.

Pacíficas ovelhas embebidas em religião, mal sabem que esperança não se compra no varejo.

O corpo se frustra com a falta de ação!

(E o vírus, o vício que embota e envena o corpo e a mente…)

Agora as ondas cerebrais não podem mais ser censuradas!
Morte aos policiais de idéias!
Morte à Máquina!

Sinto meu corpo pulsar com o Planeta, e tristeza sem fim, que se converta tristeza em fúria contra a miséria da mente.

Morte da imaginação, é pensamento implantado. É a rotina escravizadora, é a mordaça subjetiva!

Consentimento com o cárcere, e nada mais…

Televisores, ladrões do passado!

Galinhas moribundas nos campos da academia, defecando a verdade agonizante em espíritos domesticados.

Tão antigo quanto o sofrimento humano…

Usurpados e usurpadas do controle de suas próprias vidas; legiões de faces lobotomizadas lentamente caminhando rumo ao túmulo, construído quando ainda estavam em condição de feto.

O lamento de vir ao Mundo se apazigua com o mais novo modelo de felicidade do mercado.

Tudo… com atualização mensal!