sábado, 23 de junho de 2012

Do lado de fora


Em um mundo paranóico, o mais doente é o perfeitamente ajustado, claro.
São...
Mas nunca encontrei sanidade que fosse palpável nos espetáculos cotidianos.
A não ser aquelas “almas perdidas”.
Esquizofrênicas.
Que com a mente tomada de pura epifania corrosiva mostraram o dedo para os signos da moral.
Vomitaram os pedaços mal-digeridos do cadáver apodrecido de deus e não creem mais na velha balela do Sacro-santo império da ciência; os dogmas da precisão milimétrica na análise das coisas fúteis, que nunca importaram merda nenhuma pra ninguém. Ó, pregadores do absoluto, da incontestável vingança divina sobre as mentes pouco ortodoxas, eu os saúdo!
Vocês são as criadoras... e eu não mais enxergo.
Fico um pedaço de não-vida!
“Prometemos lhe incutir o senso das coisas reais! Prometemos a suprema visão! A fronteira final! O último degrau! Vamos, vamos, vamos... não é tão difícil, só vai ser preciso um pouquinho de sacrifício... Posso dispor da sua boa-vontade? Não dói nada, só é preciso querer, então, o que me diz?”
Eu te digo: ao inferno com tudo isso!
Por que mais anestesia? Não dependa da minha boa vontade...
Sou mais pedra, fogo e explosão!
Nunca inválido.
Maldita boca que devora a manhã...
Discurso secular.
É tudo tão óbvio!
Se não te bato... corro até não ouvir mais a sua voz.