Quanta leveza desfrutada!
Quantos sonhos em marcha!
O verso me foge... essas palavras não pertencem a mim
São errantes
Do mundo vieram e ao mundo irão
Pescadas ao acaso no fino tecido do tempo ilusório, palavras
vêm e comem meu almoço e batem a porta ao sair...
Vão! Se querem ir vão!
Sou eu que não sou desse mundo
Sou de onde eu quiser
Me invento mil nascimentos
Assim justifico os meus silêncios
Essa solidão da seca e da cova
mortal pra quem aspira o ar da superfície
E se afoga em um mar de péssima música
Quem foram os pintores desse quadro depressivo?
Ninguém além de nós mesmos...
Medo do toque?
O que é essa estranha estática?
Condicionamento nos colégios técnicos do desespero
Não creio nas promessas imediatas dos manuais de etiqueta
e de boas-maneiras
Eu não quero fechar os meus olhos, eu só creio nas
catarses da madrugada
Oh, mas isso dá azia nos tele-evangelistas... E Deus não
gosta disso!
Brindemos pelos nossos pesares, então!
Pois a realidade é tão somente o que vemos e sentimos
A nostalgia das ruas desertas
O copo de cerveja que eu bebi sem vontade
O catecismo dos profetas diplomados
E a poesia grávida do mundo...
Respiro o blues dos teus olhos
Não sou ninguém
Um fardo grande demais
Para a frágil percepção humana
Tudo sobra e somos todos um pouco do nada
Mas um passo em falso e voamos, lembra?
FODA!
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