quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Liberdade, Liberdade


Era uma brisa leve.
Mas o ar era pesado como a vida...













































Queda livre!
O vento lambe as orelhas.
Liberdade.
Invisível Liberdade.
Cambaleia pelas ruas do cárcere...
Escorre entre os meus dedos.
Ouço sua respiração sofrida e o som da sua voz em manhãs de sol opressor...
Mas junto de mim não guardo nada, ó Liberdade!

As bocas se abrem em desafio!
Mas promessas não são feitas e nem quebradas.
O cansado relógio se lança em corrida enquanto o carrasco afia suas lâminas a plena luz do dia.
Parece que está rindo...
Lembrei da violência e o mundo pareceu suspenso.
Pareceu fugir de nossas vistas nos deixando desabrigados...
Até que o mundo se desdobrou em epifania.
Com antigos amores na porta e grosso chumbo por vir!
Não chovia.
Mas o ar crepitava!
Seus pulmões de sanfona se enchiam de ar...

Hoje é fácil sangrar!

Não pude acreditar...
Pensei que fosse invadir os corações com fúria bestial!
Entrando sem bater nos casebres solitários das almas resignadas...
Porém lhe viraram o rosto.

Mas não eu.
Ainda espero o bater das suas asas.
Mas quem espera nunca alcança...
Nesse lindo e triste mundo, tão cruel sem você, ó Liberdade...

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